MÁSCARAS
-Gilbert Brenzon Lazan-
Cada vez que ponho uma máscara para
esconder minha realidade,
fingindo ser o que não sou,
faço-o para atrair o outro e
logo descubro que só atraio
a outros mascarados distanciando-me
dos outros devido a um estorvo:
A máscara.
Faço-o para evitar que os outros vejam
minhas debilidades e logo descubro que,
ao não verem minha humanidade,
os outros não podem me querer pelo que sou,
senão pela máscara.
Faço-o para preservar minhas amizades
e logo descubro que, quando perco um amigo,
por ter sido autêntico,
realmente não era meu amigo, e, sim,
da máscara.
Faço-o para evitar ofender alguém
e ser diplomático e logo descubro que aquilo
que mais ofende às pessoas,
das quais quero ser mais íntimo, é a máscara.
Faço-o convencido de que é melhor
que posso fazer para ser amado
e logo descubro o triste paradoxo;
o que mais desejo obter com minhas máscaras é,
precisamente, o que não consigo com elas.
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