quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Reciclagem de Vida - Letícia Thompson



Reciclagem de Vida
Letícia Thompson



Não sei se a vida se recicla.
Não, talvez não.
Mesmo se após um tempo de reflexão decidimos
mudar nossa vida,
seremos sempre nós mesmos no fim.
Mudados, mas nós.
Com todas as marcas e cicatrizes para que não
nos esqueçamos do que fomos.
Sabemos que jamais poderemos recolar os
pedaços das coisas vividas e construir novas.
Colchas de retalhos são muito bonitas,
mas não passam de colchas de retalhos.
Remenda-se panos,
recola-se papel ou vidro, mas não se remenda vidas,
não se recola momentos passados,
coisas que deixamos pra trás.
Recomeçar? Sim.
Recomeçar é possível,
mesmo (e felizmente!) se já não somos os mesmos.
Aprendemos, à custa de dor,
mas aprendemos.
Não cometeremos duas vezes os mesmos erros,
não beberemos a mesma água.
Durante anos vivemos como se não tivéssemos
outras alternativas.
A vida é assim... é o destino.
Mas nosso destino, nós fazemos.
Nossas prioridades,
escolhemos e aprendemos a viver com elas.
E só depois, mais tarde,
é que nos questionamos sobre o fundamento
das nossas escolhas.
Há pessoas que acham que é tarde demais para
mudar e continuam na mesma linha,
mesmo se conscientes de que talvez esse não
tenha sido o melhor caminho.
Homens e mulheres que se mataram a vida
toda para ganhar dinheiro,
terminam muitas vezes a vida sozinhos,
cheios de dinheiro, vazios de amor.
E felizes há aqueles que descobrem que ainda
é tempo para fazer alguma coisa.
E que podem redefinir as próprias prioridades
e assumi-las.
Vai doer, mas vai valer a pena,
porque no fim das contas vamos ter a consciência
tranqüila de que tentamos.
Um dos piores sentimentos que existem é o de não
poder recapturar um momento que gostaríamos
que tivesse sido diferente.
O eu de hoje não teria feito isso ou aquilo,
mas o que eu era ontem não sabia o que sei agora.
Se soubesse,
teria cometido menos erros.
Mas temos um Deus tão bom e tão grande que
Ele está sempre nos oferecendo a oportunidade
de nos redimir e fazer novas escolhas.
E agora? Agora sabemos.
Não vamos pegar atalhos.
Eles podem ser atraentes,
mas nos impedirão talvez de aproveitar as
belezas da jornada.
O caminho da vida é bonito,
apesar de ser mais difícil para uns que para outros.
Mas é bonito se sabemos tirar o máximo do que é bom. Noites escuras
podem nos fazer ver mais
claramente as estrelas.
Só veremos o nascer do sol se acordarmos cedo.
Coisas simples que a natureza nos ensina.
Reciclagem de vida?
Talvez sim.
Talvez sejamos, no fim das contas,
uma colcha de retalhos da vida.
Mas que sejamos então uma bela colcha nova
enfeitando um quarto,
um coração,
talvez mesmo muitos corações e muitas vidas,
a começar por nós mesmos.

2 comentários:

Brisa on 25 de fevereiro de 2010 às 10:48 disse...

Vick, saudades de vc,viu?
Que beleza de post,garota!
Todos buscamos, na verdade, aprender com o que a vida nos tem a oferecer...embora, muitas das vezes,esqueçamos de costurar a nossa colcha de retalhos com fios de sonhos!
Sopros da Brisa da manhã,
Cris

Vick on 25 de fevereiro de 2010 às 21:06 disse...

Oi Cris querida!

Saudades de vc tb! Confesso q ando relapsa com as visitas devido a tanta correria nas últimas semanas... rsrs
Obrigada pela presença e carinho.
Desejo a vc um fim de semana iluminado.

Bjs do coração,
Vick

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